segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Profissional técnico tem mais chance de emprego, diz pesquisa da Fundação Getúlio Vargas

Técnicos têm mais chances de emprego
Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas aponta que este cenário reflete apagão de mão de obra no país


Fazer um curso técnico em uma área que esteja em alta no mercado é praticamente assinar um contrato de emprego. E isso acontece, muitas vezes, antes mesmo do aluno terminar o curso. Para se ter uma ideia, o índice de empregabilidade entre os alunos que concluem uma turma no ensino técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em Goiás é de 85%. Poucas graduações conseguem tamanho desempenho.
Segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que avaliou dados de 2002 a 2010, um trabalhador com currículo técnico tem 38% mais chances de conseguir um cargo com carteira assinada do que outro que tenha apenas nível médio.
"Os cursos técnicos são um atalho entre o nível médio e a oportunidade de emprego", afirma a coordenadora-técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) Goiás, Veronizia Teodoro Luz.
Este bom cenário para profissionais técnicos é o reflexo do tão falado apagão de mão de obra qualificada no País. E a consequência disso também se estende aos salários: em média, a remuneração inicial de um profissional técnico na indústria em Goiás é de três salários mínimos, o equivalente a mais de R$ 1,6 mil.
"Mas há caso em que um técnico em impressão gráfica recebe R$ 4 mil, porque passou de imediato ao cargo de gerência, pela carência de profissional no mercado", informa o diretor de Educação Tecnológica do Sesi/Senai, Manoel Pereira da Costa.
A mesma pesquisa da FGV aponta que o concluinte do curso técnico ganha quase 13% a mais do que aquele que tem somente nível médio. "Muitas pessoas de nível superior nos procuram para fazer o ensino técnico, devido aos salários que têm se tornado cada vez mais interessantes", destaca Veronizia.
Curso superior
Mas o inverso também ocorre. Muitas pessoas se dedicam ao curso técnico primeiro para obter um emprego com o salário que vai custear o tão sonhado curso superior.
O professor José Luis Domingos, que é gerente de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do Campus de Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), destaca que um dos diferenciais deste profissional é a experiência curricular, que além do conteúdo teórico e prático, passa por estágio em diversas empresas. "A capacidade dele desempenhar as atividades relativas à sua profissão é muito maior do que a de um profissional de nível médio", afirma.


Fonte: Jornal O Popular - Lídia Borges - 24 de Janeiro de 2011

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