SAÚDE E BEM-ESTAR
Saiba o que é e como tratar a depressão pós-férias, síndrome crônica que atinge cerca de cinco milhões de brasileiros todos os anos
Dicas para superar o problema
• Não adie suas férias. Quem não consegue se desligar do trabalho por uma ou duas semanas pode desencadear sérias doenças no futuro.
• Organize uma lista de pendências junto a seu chefe e deixe alguém de confiança encarregado de manter tudo em ordem enquanto você está fora.
• Mantenha o celular desligado.
• Procure voltar ao trabalho com as próximas férias previamente planejadas.
• Fracione o período de descanso.
• Pratique esportes ou faça algum tipo de atividade física.
• Procure voltar a seguir a antiga rotina alguns dias antes de retornar ao trabalho.
• Estabeleça prioridades e metas em longo prazo. Descubra o que é importante para você.
Você sabe o que dizem: o ano só começa pra valer depois do carnaval. É hora de deixar para trás a moleza das férias e do feriadão, arregaçar as mangas e voltar ao trabalho com as energias devidamente recarregadas. Mas saiba que nem sempre é isso que acontece. Um estudo realizado pela International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), instituição especializada em investigação e gerenciamento do estresse, mostra que 23% dos brasileiros sofrem de depressão pós-férias. Esse percentual representa cerca de cinco milhões de pessoas.
Dores no corpo, cansaço, problemas na concentração e falta ou excesso de apetite são os sintomas mais comuns do problema, que atinge principalmente os profissionais das áreas de saúde, finanças e informática. E atenção: se os sinais da síndrome persistirem por mais de 14 dias, talvez seja hora de procurar tratamento médico.
Anderson Cavalcante, administrador e consultor de empresas, explica que a depressão pós-férias aparece frente a adversidades e insatisfações crônicas. “As pessoas trabalham no piloto automático. Na hora de parar para respirar e relaxar, é natural que tenham sentimentos controversos em relação àquilo que fazem”, destaca. “A falta de perspectivas quanto à ascensão profissional contribui para um quadro ainda mais severo do problema. Eventuais conflitos com colegas de trabalho também pioram a situação”, complementa.
ENTENDA A DOENÇA
A depressão pós-férias é comumente diagnosticada em funcionários que estão há muito tempo trabalhando na mesma empresa. Números comprovam que 89% dos brasileiros que sofrem desse mal apresentam sentimentos de angústia, enquanto 61% dizem sentir raiva. Entre os comportamentos mais comuns, o uso de medicamentos e drogas, o consumo de bebidas alcoólicas e comidas calóricas e o tabagismo ocupam o topo da lista.
Cavalcante diz que um dos principais fatores que desencadeiam a depressão pós-férias é a desconexão do profissional consigo mesmo. “Quando isso acontece, é necessário parar e refletir sobre o que realmente importa para você. É preciso descobrir qual é a sua missão no mundo e saber o que você deseja realizar e conquistar. Estabeleça prioridades e metas em longo prazo”, aconselha.
Para fugir da rotina e se desligar das atribulações diárias, especialistas recomendam hobbies que proporcionem bem-estar fora do ambiente profissional. Caminhadas, passeios de bicicleta ou algum tipo de trabalho voluntário são atividades que podem ajudar a superar o problema. “Outra sugestão é voltar a seguir a antiga rotina alguns dias antes de retornar ao trabalho”, diz Cavalcante. “Dormir, acordar e se alimentar nos horários certos condiciona o cérebro e diminui o impacto do fim das férias”, explica.
DÊ A VOLTA POR CIMA
O medo de ficar fora da empresa por um determinado período de tempo e ser substituído por outra pessoa é um fator que faz com que muitos profissionais adiem suas férias e se dediquem fervorosamente ao trabalho. Não há mais tempo para o almoço com os amigos, o happy-hour das sextas-feiras, o fim de semana longe da cidade ou o jogo de futebol do filho caçula. A energia se esgota, a produção diminui e o estresse só faz aumentar. Resultado: o desânimo e a preguiça tomam o lugar da disposição e o que antes era uma atividade prazerosa se transforma em uma penosa obrigação.
Funcionários que têm tempo para a boa e velha diversão em família se sentem bem consigo mesmos e, consequentemente, com seu ambiente de trabalho. A capacidade de administrar os dias e fazer com que todos os compromissos sejam devidamente cumpridos é o segredo para um bom rendimento profissional. “Adiar as férias é algo muito perigoso. Quem não consegue se desconectar do escritório por uma ou duas semanas pode, sim, desencadear sérios problemas de saúde no futuro”, destaca Cavalcante. “Para conseguir superar esse tipo de obsessão, organize uma lista de pendências junto a seu chefe. Deixe alguém encarregado de cumprir suas tarefas e tente manter o celular desligado durante as férias. Desse jeito, quando retornar às obrigações diárias, você não se sentirá mal por ter deixado alguma coisa incompleta”, explica.
Outra dica para espantar a depressão é voltar ao trabalho com as próximas férias já planejadas. “Fracionar o período de descanso também é uma ótima ideia. Quem sai de férias apenas uma vez por ano sabe que os meses se arrastam até a próxima data. Assim, é interessante tirar dez dias para descansar e depois, no meio do ano, tirar mais dez dias”, destaca Cavalcante.
Exercícios físicos também são uma ótima pedida. Quando nos movimentamos e gastamos energia nosso corpo libera endorfinas, substância química que, transportada pelo sangue, faz comunicação com outras células. A endorfina proporciona sensações de relaxamento, prazer, euforia e bem-estar. O hormônio também melhora o estado de espírito, aumenta a disposição física e mental, alivia as dores e melhora a concentração. Por isso, praticar esportes ou dedicar pelo menos duas horas de seu dia a algum tipo de atividade física é essencial para manter-se são e bem-disposto. Os resultados serão visíveis: sua produtividade aumentará, seus relacionamentos profissionais se estreitarão e, no fim do dia, a depressão pós-férias se tornará uma realidade distante.
Por Camila Iara
Fonte: http://www.noticenter.com.br/noticia/?COD_NOTICIA=14283
Publicada em 23/03/11Fonte: http://www.noticenter.com.br/noticia/?COD_NOTICIA=14283
Contribuição: prof. Patrícia
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